segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Axilaraz VII - Uma lição de História

Axilaraz VII foi o rei da Mictónia que esteve mais tempo no trono. O seu reinado durou entre 1750 e 1791.
Foi rei apenas por uma série de acasos. Era o sétimo filho de Gländuliraz I, o Sebáceo, e os seus irmãos padeciam de uma severa alergia ao veludo do trono, falecendo todos no próprio dia da entronização. Alexander Axilaraz, Augusto Axilaraz, Jörg Axilaraz, Romeu Axilaraz, Franz Axilaraz e Frederik Axilaraz morreram de rajada naquele que ficou conhecido como o Dia do Jantar de Gala Frio.
Ferdinad Axilaraz, que só tinha alergia ao bacalhau demolhado, foi o único que se conseguiu sentar no trono sem comichões. Estava encontrado o novo rei.
Axilaraz VII, o Traçadinho

Ainda desconhecendo o que o futuro ditaria, Axilaraz foi aprender a defumar arenques para as melhores universidades, e familiarizar-se com o ofício de príncipe desocupado. Foi quando voltou dos estudos que se casou com Omoplakterina.
Quando subiu ao trono, sua amante engravidou de Axilaraz viii, futuro rei.
Durante largos anos o rei não ficava satisfeito com os cognomes escolhidos por ele e pelo seu povo: mudava constantemente e nunca assentava com nenhum. Axilaraz, o Mega-Rei; Axilaraz, o Mais-Belo-de-Todos; Axilaraz, o Mete-Nojo e Axilaraz, o Vai-para-a-Forca foram alguns deles.
Um dia, quase por acaso, durante um encontro com o embaixador otomano, Axilaraz descobriu que o vinho ficava melhor com um pingo de gasosa. Ofereceu um pouco ao embaixador e este, maravilhado com a descoberta, perguntou-lhe que nome daria àquela bebida. A resposta ficou célebre,e perdurou até aos dias de hoje: "Chamar-lhe-ei Traçadinho!" - estava encontrado o cognome do rei.
Foi um rei extremoso. Para ajudar no grande desemprego que grassava entre as suas gentes lançou-se numa guerra sem quartel contra os campesinos, erradicando de uma só vez desempregados e famélicos. Durante a Grande Sede distribuiu copos pelo seu povo, para poderem beber a água que encontrassem.
Morreu idoso, ao tropeçar num anão.
O Anão

terça-feira, 30 de julho de 2013

Axilaraz VIII - Uma lição de História

Axilaraz VIII nasceu quando ainda mal era um bebé, e veio a falecer uns anos mais tarde. Enquanto joevem teve uma educação extremosa por parte de sua mãe Omoplakterina, A Suja, ao contrário do que era a tradição da época, em que os delfins de Mictónia eram educados por amas e pelo Guarda-Mor do Anexo Imperial.
Antes de assumir o trono, o Delfim tinha o título de Príncipe do Terylene, e gostava de ordenar aos guardas que corressem atrás dele e gritassem: "Apre que isto arranha!".
Axilaraz VIII, O Rudimentar, circa 1792
Desde cedo mostrou impulso para as artes e para a lavoura. Infelizmente, era mau em ambas.
O seu grande amor acabaram por ser os pombos que viviam na torre do castelo, e mal teve autorização do pai começou a amestrá-los. Daí a começar a falar com eles foi um pulo. De falar com eles a não saber falar outra língua foi outro. Acabou por não saber falar com as pessoas, fazendo-se entender por arrulhos, gestos, e a apontar para as coisas. Foi só depois de ganhar o cognome O Rudimentar que começou a virar o pescoço ao contrário. Um dia, num dos achaques columbófilos de que começara a padecer, torceu tanto o pescoço que morreu.
Karl-Heinz Biztëk, o pombo favorito de Axilaraz, trazendo uma receita de Ljutenica

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Omoplakterina - Uma lição de História

Omoplakterina, A Suja, foi uma peça central do xadrez político Mictoniano. Em grande parte por ter mandado construir o seu castelo privado no centro geográfico do país.
Omoplaketrina teve uma infância diferente das outras meninas da sua época. Foi instruída nas melhores escolas europeias, estudou a política e as artes, e aprendeu a amestrar carapaus.
O grande ponto de viragem na sua vida aconteceu na véspera do seu 13º aniversário. Seu pai, o barão von Kellamänghitto, disse à filha que estava obrigada a fazer 21 anos no dia seguinte para a poder casar com o Príncipe Herdeiro Axilaraz VII, O Traçadinho. Mais tarde ela poderia compensar, começando a tirar anos à idade até chegar ao número certo (uma tradição ainda hoje em voga).
Omoplakterina, A Suja (1770)

Axilaraz VII nunca desconfiou que a mulher com quem casara fosse mais nova, mas Omoplakterina também nunca soube que Axilaraz VIII não era seu filho. Quando o Rei descobriu que uma sua amante estava grávida convenceu a mulher que esta também estava. Ao fim de 9 meses instruiu o seu fiel mordomo para que colocasse umas folhas de cidreira na lampreia de ovos de Omoplakterina e lhe colocasse um exemplar do Guia Prático das Terrinas para Goulash na mesa de cabeceira. Quando a Rainha acordou, 4 dias depois, disse-lhe que o filho tinha nascido entretanto, que tinha sido muito complicado, e que não voltasse a falar do assunto que lhe dava dores de cabeça.
Omoplakterina e seu filho, Axilaraz VIII, O Rudimentar

Omoplakterina ganhou o seu cognome devido a uma doença congénita que herdara de sua mãe: nasceu sem esfíncter anal, o que lhe provocou alguns dissabores ao longo da vida. A ela, e às senhoras da lavandaria.
Morreu em 1800, atropelada por um senhor corpulento que vinha distraído a ver as montras de Natal.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Midjorianz II - Uma lição de História

Midjorianz II era um bom homem.
Subiu ao trono em circunstâncias trágicas: seu pai Axilaraz VIII, O Rudimentar, sofreu um acidente quando treinava os seus pombos amestrados, forçando assim o seu ainda inexperiente filho a assumir o lugar mais alto da nação.
A Mictónia era no dealbar do Século XIX uma nação atrasada. Todos os relógios da nação perdiam uma hora para o fuso horário todas as semanas, sem explicação aparente.
Após subir ao trono, Midjorianz II pôs-se de imediato em acção, e ordenou que todos os relógios do reino fossem adiantados 52 horas no primeiro dia do ano. Assim poderiam fechar o relatório e contas anual ao mesmo tempo que os reinos vizinhos, poupando imenso em cálculos e folhas.
Ao longo dos anos, o bondoso rei foi atendendo aos pedidos do seu povo. Acabou com a grande fome de 1832 mandando matar todos os saltimbancos do seu pequeno país, para os dar de comer às crianças. Foi nesse ano que ganhou o cognome de O Mata-a-Fome.
Midjorianz II, O Mata-a-Fome, circa 1857
Infelizmente, em 1861, Midjorianz II perdeu tudo o que tinha no Casino de Bad Homburg. Isto incluía toda a sua fortuna, a famosa colecção de selos de sua avó, Omoplakterina, A Suja, e o Reino em si. A partir daí o novo dono da Mictónia, um agiota Molvano-Germânico apenas conhecido como O Gadelhas, desfez o país para vender à peça.
Midjorianz II, O Mata-a-Fome, acabou por se suicidar com uma overdose de barbitúricos e frango fricassé. Faleceu no Estoril em 1867 com 81 anos.
Bandeira da Mictónia


terça-feira, 15 de maio de 2012

LovestorY

2 minutos antes:
Serôdio: - Querida, vê o que comprei.
Marília: - Que é isso?!
Serôdio: - É aquela fantasia de criada francesa de que te falei.
Marília: - Achas mesmo que vou vestir isso?
Serôdio: - ...
Marília: - Além do mais, achas que isso me serve?
Serôdio: - ... Era para mim, meu pãozinho quente.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

main event

uma pessoa às vezes fica a pensar como é que desenvolveu um gosto mais ou menos decente (digo eu, bá) por música, antes de ouvir merdas que aparentemente são essenciais para qualquer melómano que se preze.
ouvi isto pela primeira vez na semana passada, e não sei como é que cheguei aqui sem conhecer este som:

que som mais gloriosamente do catano. e o disco é qualquer coisa do cacete.
também foi curioso reparar que havia malta a olhar para mim no autocarro, e depois no metro, antes de me aperceber que estava a mandar uma ligeira jinguinha d'anca e a fazer um escabeche a bater com o pé no chão e com a aliança no coisinho de metal onde nos agarramos.
podiam ao menos ter-me dado uma moedinha.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

GALA

Adoro a televisão púb(l)ica.
Ontem, domingo, dia 25 de setembro de 2011, a rtp resolveu passar uma gala a todos os títulos extraordinária.
Chamava-se "amigos sempre" ou "amigos da onça" ou uma merda do género, e consistia num desfilar de múmias semi-vivas a lamber órgãos sexuais variados a múmias garantidamente mortas.
Há várias coisas a reter daquilo a que este vosso escriba conseguiu ver, antes de ir vomitar o cerebelo para cima dos lençóis a secar da vizinha de baixo. A saber:
A Sónia Araújo, que nem é um mau pedaço de todo, estava penteada e maquilhada para parecer a Isabel Anjelino. Homenagem a uma morta? Antes fosse, que a Isabelinha ainda parece que mexe.
O Malato continua a usar camisas para fora das calças para parecer menos badocha, mas aquilo continua a falhar.
O Camilo de Oliveira foi falar na qualidade de vivo, e realmente ainda tem ali uns tremeliques que dão essa sensação, mas aquilo não engana ninguém. A mulher dele, se o ama realmente, também já lhe comprava uma placa do tamanho certo. A frase "ai Agostinho, ai Agostinha, que rico vinho que rica vinha" mostrou que os seus dotes de comediante continuam intactos. Ou isso ou enganou-se na letra.
Não faltaram lá os Clã a cantar uma merda qualquer. Aí a homenagem ao defunto foi claramente para o sentido de ridículo da Manuela Azevedo. Alguém com aquele penteado só pode ter passado uma certidão de óbito a tudo o que lhe diga que aquele penteado é só foleiro.
A assistência tinha muito que se lhe diga. A faixa etária verificada, entre os 16 e os 30 parecia-me a ideal para prestar a mais sentida homenagem a pessoas que morreram antes de a maioria deles terem nascido.
Houve também direito a ouvir Maria Barroso a ler Villaret (o que suscita emoções equivalentes a ouvir um grilo asmático a declamar as Aventuras de Tarzan, o Rei Taborda).
Faltou, isso sim, paciência para ver o resto daquela amálgama suicida de sucessões em cadência acelerada de shots de merda.

a meias com o estaminé da amiga.

domingo, 4 de setembro de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

momentos

estivador a meter conversa no porto de setúbal:
-"isto as máquinas e a química têm tido uma grande evolução nos últimos anos..."
-"..."
-"o clima é que já não é o mesmo de há 30 anos atrás."

terça-feira, 19 de abril de 2011

divinus paspalhus

e foi assim que na noite de 18 para 19 de abril do ano de 2011, deus ficou com gazes.
aproveitando-os o melhor que pode e sabe foi ao quiosque comprar um isqueiro, e foi o que se viu.